Algumas ramificações das confecções bordadas surgiram em Ibitinga, uma vez que a aplicação dos riscos, que formam maravilhosos arranjos visuais compostos por cores e formas, poderiam ser usados em diversos tipos de tecidos. A matéria prima sempre aceitou a criatividade de nossos artesãos.

Registramos aqui o trabalho pioneiro da Dona Zilda Fernandes de Mello, que diversificou o bordado, desenvolvendo a confecção de roupas, como camisas masculinas e femininas, avental para professoras, vestidos, blusas, camisetas e roupas tingidas.
Dona Zilda Fernandes de Mello nos relatou que chegou a produzir mil peças de roupas por dia para atender clientes da cidade e de outras localidades do Brasil, como, por exemplo, de algumas cidades de Santa Catarina, que chegavam ao seu salão por volta das 6 horas da manhã para buscarem as encomendas feitas por telefone e conhecerem os novos lançamentos criados por ela.
Em seu relato, Dona Zilda se lembrou de um episódio ocorrido àquela época, quando recebeu a visita de um grupo de chineses que, ao olharem o mostruário de sua fábrica – fixado em um carpete na parede, onde eram expostas as peças que criava e fabricava – um deles lhe disse, apontando o dedo para determinadas roupas: “Quero mir desta! Mir daquela e mir da outra lá”. Imediatamente, a senhora Zilda respondeu: “Agradeço muito a escolha do senhor, mas não tenho esta quantidade para comercializar”.
Outras propostas semelhantes e até maiores vieram das Lojas Americanas de São Paulo, do Mappin e da Mesbla, no ano de 1982. Todas foram recusadas, uma vez que a “Zilda Confecções” já tinha seus clientes de lojas daqui da cidade, que compravam para revender, e também clientes de outras cidades do Brasil, que vinham frequentemente em excursões.
Sobre a I Feira do Bordado, dona Zilda recordou que foi um grande acontecimento para a cidade e que depois do evento todos cresceram muito nos diversos setores do bordado, não ficando restritos a cama, mesa e banho, que eram os principais produtos da época. Ela nos contou também que foi fornecedora de confecções de vestiário para serem comercializadas pelos expositores da I Feira.
Assim, Dona Zilda deu início à produção de suas confecções em série, de forma industrial, tornando-se a pioneira das confecções de roupas bordadas para vestuário em Ibitinga.