Histórias da 1ª Feira do Bordado de Ibitinga

“Trabalhei na I Feira do Bordado. Eu era gerente geral do “Bordados Sampaio” e a Dona Nereide Sampaio me chamou e pediu para ajudar na organização da Feira e da exposição dos bordados que aconteceria nas salas de aulas, por dois dias. Cada sala de aula da Escola de Comércio foi destinada para uma empresa de bordados que quisesse adquirir o espaço para expor seus produtos, por meio da Prefeitura e da Comissão Organizadora da Feira.

Então, acabei participando de reuniões com a Dra. Immaculada, que estava à frente da organização. Lembro-me que certo dia, a Dra. convocou todas as moças que iam trabalhar na recepção da Feira e passou as regras de etiqueta que devíamos seguir: cumprimentar os visitantes, orientar sobre a exposição, não sentar nas mesas, não ficar nos corredores, não fumar, enfim, somente fornecer todas as orientações que os visitantes, fosse de Ibitinga ou não, precisassem. Incluindo informações sobre a cidade: onde almoçar, pernoitar, abastecer os carros etc. Ser sempre educadas, cordiais, falar baixo, olho no olho, prestando bastante atenção nas solicitações vindas das pessoas. O objetivo era atender o melhor possível. Quando não tínhamos as respostas, íamos buscar com os organizadores para resolver as questões.

A idealização da Feira começou com a Juliana Zapatta e muitos aceitaram a ideia, pois sentiam a necessidade de melhoria na comercialização de seus produtos, muitas vezes, feitos em suas casas.

A grande surpresa para todos nós foi a grande quantidade de gente que veio visitar a Feira. Mas muita gente mesmo! As pessoas eram de todas as partes, da nossa região, de outras regiões, de São Paulo…

O sucesso da Feira foi tão grande que logo a Prefeitura teve que dar início aos preparativos da II Feira do Bordado.

A I Feira do Bordado foi um verdadeiro estopim para Ibitinga, houve muito crescimento após o evento.

Vou deixar registrado aqui que o “Bordados Sampaio” já vendia para Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Fortaleza, São Luís, Paraguai, Bolívia e até pessoas de políticos famosos como o Jarbas Passarinho, vinham na loja para adquirir os bordados dos “Bordados Sampaio” e isso aconteceu antes da Feira. Depois da Feira, tudo isso foi imensamente intensificado.

A diferença crucial do “Bordados Sampaio” era que os produtos eram originais, não copiados de nenhum lugar como revistas e outros. A Dona Nereide criava tudo e não parava de criar. Cada dia novos riscos. Teve até que contratar a Dona Zuleica Giansante para colaborar nos desenhos. A dona Nereide passava a ideia para a Dona Zuleica e ela desenhava, passando por projeção para três formatos: pequeno, médio e grande. Isso facilitava a aplicação dos riscos em diversos produtos para compor, por exemplo, um jogo de lençol. Dona Zuleica tinha o dom e a facilidade para desenhar, pintar, fazer a arte acontecer.”

Histórias da 1ª Feira do Bordado de Ibitinga